segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A participação do estudante é imprescindível para melhorar a qualidade de educação

A avaliação, unânime, foi feita pelos debatedores do 1º Encontro Latino Americano e Caribenho de Estudantes Secundaristas, realizado junto com o 12º CONEG da UBES.

Estudantes de todos os estados brasileiros e de 15 países da América Latina e Caribe participaram do 1º Encontro Latino Americano e Caribenho de Estudantes Secundaristas, que aconteceu no Rio de Janeiro, de 4 a 6 de setembro, simultaneamente ao 12º CONEG da UBES.

As similaridades na situação da educação pública no continente, assim como seus diferenciais, permearam as discussões da mesa de debates Experiências Educacionais na América Latina e Caribe. Na fala dos debatedores, foi unânime a importância do estudante ser partícipe da construção de políticas públicas para melhorar a qualidade do ensino.

O diretor geral de Educação da Secretaria de Estado de Educação, Antonio José Vieira de Paiva Neto, foi taxativo: "Qualquer discussão sobre educação tem que contar com a participação do aluno", enfatizou. Além disso, segundo ele, não se consegue fazer educação de qualidade sem que haja gestão democrática na escola, com o envolvimento de alunos, professores e diretoria no processo de discussão da grade curricular, por exemplo.

Experiências como a do Ministério da Educação do Equador reforçam a avaliação dos debatedores. O país, que tinha 9% de analfabetos, conseguiu zerar esse índice ao aplicar medidas de incentivo à participação dos estudantes e da comunidade. Entre elas, a criação de espaços em que os jovens possam, além de opinar, decidir.

"Nossa intenção é construir uma cultura de paz, inclusão e integração. E encontramos nos jovens e nas crianças disposição e comprometimento para isso", ressaltou Luis Monteros.

Merece destaque também a iniciativa da Associação de Universidades Grupo Montevidéu, do Uruguai. O Programa Escala Estudantil, criado pela entidade, proporciona a estudantes universitários a possibilidade de estudar em outro país, tendo suas despesas custeadas pela universidade que ele está cursando em conjunto com a que o receberá.

No Brasil, o representante do Ministério da Educação, Carlos Simões, ressaltou os avanços conquistados com o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), mas disse, entretanto, que é preciso reverter a lógica da sociedade para superar as desigualdades sociais, educacionais e culturais. Para isso, de acordo com ele, continua sendo uma grande luta a ampliação de recursos para a educação.

Para o presidente da UBES (União Brasileira dos Estudantes), Ismael Cardoso, mais do que compartilhar experiências é fundamental construir uma agenda comum para garantir vitórias no continente, não só no que diz respeito a políticas educacionais, mas em defesa da democracia na região.

O líder estudantil rechaçou o golpe ao presidente de Honduras, a ditadura velada em curso na Colômbia e a ampliação da presença militar dos EUA na América Latina.

Citando o livro de Eduardo Galeano, Veias abertas da América Latina, Ismael afirmou que a soberania da região segue ameaçada com a crescente presença dos EUA, impondo sua militarização. "Para cicatrizar essas veias, é preciso investir na atuação conjunta para construir um continente mais justo e soberano", sugeriu.

Ao final do evento, os estudantes estrangeiros fizeram um panorama da realidade de seus países para os colegas brasileiros.

Fonte: Assessoria de Imprensa da UBES


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