Muita animação e debate marcaram a Jornada de Lutas do Movimento Estudantil 2010 na cidade de São Paulo. Estudantes secundaristas e universitários de ao menos 10 municípios somaram cerca de 300 mobilizados a uma audiência pública que foi palco para a defesa da PEC apresentada pelo deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) que tem por objetivo destinar no mínimo 50% dos recursos oriundos do petróleo da camada pré-sal do Estado de São Paulo às áreas de educação, ciência e tecnologia e meio ambiente.

Os presidentes das entidades estudantis, da esquerda para a direita: Yann Evanivick (Ubes), Augusto Chagas (UNE), Tarcísio Boaventura (Upes) e Carlos Eduardo Siqueira (UEE-SP)
O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), Carlos Siqueira, o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Tarcísio Boaventura, o diretor da Apeoesp Roberto Guido e estudantes que participaram do ato opinam sobre a educação em São Paulo e sobre a bandeira de destinar verbas do pré-sal para a educação:
O representante da Undime, José Adnam, disse que as limitações orçamentárias a que a educação está sujeita em todo o país “acabam justificando políticas excludentes” e, por este motivo, defende a bandeira de vinculação de verbas do pré-sal para a educação. Adnam ressaltou a importância de instituir um projeto como este no estado de São Paulo, “onde temos o ícone do conservadorismo encarnado no tucanato”.
Os presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas e o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, também participaram do ato. Yann bradou: “não dá para acontecer com o pré-sal o que aconteceu com o Pau-Brasil ou durante o Ciclo da Borracha, quando os recursos foram mal distribuídos. Distribuir recursos para dar oportunidade ao povo no Brasil é investir em educação!”. Augusto ressaltou que a descoberta do pré-sal brasileiro representa a maior descoberta de reservas de petróleo do mundo nos últimos 30 anos. O presidente da UNE defendeu que o recurso sirva, entre outras demandas, para aumentar as vagas no ensino superior público e empolgou o plenário defendendo que “ainda falta vaga, mas vamos continuar lutando pelo fim do vestibular no Brasil!”
Campanha histórica
Já Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, parabenizou a UEE-SP e da Upes e constatou: “aqui se inicia uma campanha histórica”. Daniel também manifestou apoio aos professores em greve: “andam dizendo muito por aí que a greve dos professores de São Paulo é política. Eu pergunto qual greve não é política? Os professores de São Paulo lutam por duas coisas essenciais: lutam por melhor remuneração e questionam uma política de mérito que na verdade é uma chantagem”. Daniel explicou que o governador José Serra e o secretário estadual de educação Paulo Renato Souza haveriam anunciado que os professores em greve teriam seu desempenho afetado e, portanto, não receberiam mérito, o que, na prática, reduz possibilidades de bonificações e de avanço na carreira.
A representante do Sinteps, Neuza Santana, defendeu que, dentro dos 50% dos royalties vinculados para a educação, haja também uma porcentagem específica para os ensinos profissional, técnico e tecnológico. O chefe de gabinete do deputado Pedro Bigardi, Cristiano Guimarães, disse que uma vez perguntado sobre a PEC, Bigardi teria respondido: “a iniciativa da PEC não é minha, é do Movimento Estudantil, eu só apresentei o projeto”, valorizando a ação das entidades estudantis.
Foto: Luana Bonone |
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O diretor da Apeoesp, Roberto Guido, em sua intervenção, ao lado da presidente do Sinteps, Neusa Santana |
No período da tarde, os representantes das entidades estudantis acompanham a assembleia dos professores da Apeoesp que ocorre em frente ao Palácio Bandeirantes.
De São Paulo, Luana Bonone
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