quinta-feira, 18 de março de 2010

Número de partos em adolescentes cai 34,6%


O número de partos em adolescentes caiu 34,6% de 2000 a 2009 na rede pública de saúde do país. No primeiro ano da década, foram registrados 679.358 partos entre garotas de 10 a 19 anos, contra 444.056, em 2009, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

A Região Centro-Oeste apresentou a maior queda no período pesquisado, cerca de 37%, passando de 52.112 partos em adolescentes para 32.792. Em contrapartida, a Região Norte apresentou o menor percentual de redução, 21,9%.

Entre os estados, o Rio de Janeiro teve uma queda de 49,54% de mães adolescentes. Em movimento inverso aparece Roraima, com crescimento de 59,96% de gravidez na adolescência entre 2000 e 2009. De acordo com o levantamento do ministério, Roraima foi o único estado a apresentar aumento no índice de jovens grávidas.

O ministério atribui a redução às campanhas de educação sexual e planejamento familiar para evitar a gravidez indesejada e às campanhas de combate às doenças sexualmente transmissíveis entre jovens, que incluem, por exemplo, a distribuição de preservativos em algumas escolas públicas.

Das 54 mil escolas, que reúnem cerca de 8 milhões de estudantes, que passaram a oferecer conteúdo de saúde sexual em sala de aula, no chamado Programa Saúde na Escola (PSE), 10 mil distribuem camisinhas aos alunos. Os jovens também podem conseguir o preservativo gratuitamente nos postos de saúde. Profissionais de saúde também orientam os adolescentes sobre métodos contraceptivos – pílula anticoncepcional, injeção de hormônios e DIU.

Fonte: Agência Brasil

Especialista diz que falta de integração em políticas públicas dificulta combate ao crack

Para recuperar os usuários de crack é preciso oferecer alternativas ao prazer gerado pelo uso da droga. A opinião é do articulador nacional da Central Única de Favelas (Cufa), Preto Zezé, para quem essa é uma questão que deve ser levada em consideração, principalmente quando se trata de pessoas carentes.

“Vamos tirar o crack do morador de rua. Você vai chegar nele e dizer: o crack está te matando, e o cara gozando”, ironizou durante debate no 4º Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Sem perspectivas, o usuário dificilmente abandonará a droga, ressaltou o coordenador do Conselho Municipal de Políticas Públicas de São Paulo (Comuda), Luís Alberto de Oliveira. “Se eu não der uma perspectiva de saúde, de qualidade de vida para essas pessoas, é mais fácil continuar fumando”, afirmou.

A falta de integração nas políticas públicas é outro problema apontado por Oliveira no combate ao crack. “Nós trabalhamos no varejo, em tudo, no tratamento, na prevenção, nas políticas públicas. Escolta uma coisinha aqui, outra coisinha lá. E, por uma questão até de cultura, dissociantes. Um não fala com outro, não troca ideia, não soma energia”, considerou.

Ele também destacou a falta de coerência no enfrentamento do uso abusivo de drogas. “Nós somos convidados pela televisão a usar drogas”, ressaltou, referindo-se às propagandas de bebidas alcoólicas. O álcool, lembrou o médico, abre espaço para o uso de substâncias mais pesadas. “Começamos a usar pelo álcool, e daí o álcool se torna uma droga menor e eu quero uma coisa que me dê mais embalo”.

Além de mudar a maneira de encarar o álcool, Oliveira disse que a questão das drogas não deve ser tratada como um problema para ser resolvido apenas com ações policiais. “A descriminalização [das drogas], sem dúvida, é o caminho obrigatório. A droga não é [apenas] um problema de polícia, é também um problema de polícia”.

Preto Zezé defendeu mudanças na legislação em relação aos pequenos traficantes. Segundo ele, jovens negociando pequenas quantidades de droga acabam entrando ainda mais no mundo do crime se forem para o sistema carcerário. “Ao aplicar o crime hediondo no adolescente com 14 pedras de crack, eu pergunto: nós resolvemos um problema ou criamos um muito maior?”, questionou.

Uma proposta apoiada pelo governo federal para instituir penas alternativas a pequenos traficantes foi rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado no fim do ano passado.

Fonte: Agência Estado


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