A oposição retirou-se da reunião desta quarta-feira (28) da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras. A debandada ocorre em função da análise dos oposicionistas de que dificilmente conseguirão influenciar na condução da CPI. A oposição esperava usar a CPI como palco de disputa política para desgastar o governo.
A versão oficial dos oposicionistas é que se tratou de um "protesto" ao comportamento da base do governo. A oposição prometeu não participar da comissão até que seja convocada uma reunião administrativa.No começo da reunião, marcada para ouvir o depoimento do gerente-executivo de serviços da Área de Exploração e Produção da Petrobras, Erardo Gomes Barbosa Filho, os senadores tucanos Sérgio Guerra (PE) e Álvaro Dias (PR) saíram da audiência. Em seguida, foi a vez do senador Antônio Carlos Magalhães Junior (DEM-BA).
“Eles estão passando o trator de forma impiedosa em cima da gente”, reclamou ACM Junior. “Enquanto não for realizada uma reunião administrativa não vamos mais participar”, completou o democrata. Ele disse que a oposição pretende apresentar novos requerimentos de convocação e discutir os rumos da CPI na reunião.
Os governistas têm ampla maioria na comissão, além dos dois cargos de comando (presidência e relatoria). Com isso, conseguem aprovar ou derrubar os requerimentos propostos pela oposição.
O presidente da CPI, senador João Pedro (PT-AM), negou que a comissão esteja favorecendo a Petrobras. “Não há combinação [com a Petrobras]. O [José Sergio] Gabrielli é presidente da Petrobras e o João Pedro é o presidente da CPI”, afirmou o petista.
A líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), ponderou que a oposição ajudou a aprovar o cronograma de trabalho proposto pelo líder do governo no Senado e relator da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR). “O cronograma, aprovado por unanimidade, estabelece como será desenvolvido o trabalho da comissão”, disse Ideli.
Para amenizar os ânimos da oposição, o presidente da CPI marcou para a próxima terça-feira (3), um dia depois do feriado do Dia de Finados, uma reunião administrativa. Ele também marcou audiência com o presidente da Petrobras para o dia 10 de novembro.
Fonte: Agência Brasil
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