
Acusado pelo assassinato dos seis jovens de Luziânia, que até então eram dados como desaparecidos, o pedreiro Admar Jesus Silva foi transferido neste domingo (11) para a Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia (GO).
A medida foi tomada para resguardar a própria segurança do suspeito, que confessou os crimes e indicou para a polícia onde estavam enterrados os seis corpos. Eles foram encontrados, já em estado avançado de decomposição, em uma fazenda, a seis quilometros do município.
Os desaparecimentos ocorreram entre dezembro de 2009 e janeiro deste ano. De acordo com o chefe do Departamento de Polícia Judiciária de Goiás, Josuemar Vaz, a suspeita sobre o acusado foi levantada há 30 dias. O pedreiro cumpria pena no regime semiaberto por abuso sexual contra crianças e morava no mesmo setor dos jovens, o que levantou a suspeita pela polícia.
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Nesta manhã, durante uma operação da Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Federal, os corpos foram desenterrados. De acordo com o chefe de Comunicação da Polícia Civil de Goiás, delegado Norton Luiz Ferreira, a área é de difícil acesso.
“Os corpos estavam num vale muito íngreme, de 100 metros de profundidade”, disse. O reconhecimento dos corpos terá início nesta segunda-feira e será feito, primeiramente, pelos próprios familiares das supostas vítimas. Como os corpos estão em estado de decomposição, o reconhecimento deve ser feito por roupas, pertences, exames da arcada dentária ou, em último caso, por meio do DNA.
No local foram apreendidas, segundo Norton, duas bicicletas, que seriam das vítimas, e uma marreta, provavelmente utilizada no crime. De acordo com o delegado, o trabalho de busca foi acompanhado com comoção por familiares. Os corpos serão transferidos para o Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia, onde será feita a identificação oficial por teste de DNA. Segundo o delegado Josuemar Vaz, a Polícia Civil continuará investigando a possível participação de outras pessoas no crime.
Segundo Norton, o assassino oferecia dinheiro para convencer os jovens a ter relações sexuais com ele. Depois, o criminoso atraía os meninos para o vale, onde existe um lago, prometendo “uma pescaria”. O suspeito afirmou que matava as vítimas a pauladas, segundo a polícia. Ele está preso no Complexo de Delegacias Especializadas de Goiânia.
Os seis jovens que desapareceram tinham em comum o fato de morarem todos no mesmo bairro, o Parque Estrela D´Alva. No início das investigações, a polícia chegou a considerar os desaparecimentos como caso de sequestro para trabalho escravo.
Em fevereiro passado, o então secretário de Segurança Pública do Estado, Ernesto Roller, recusou a ajuda da Polícia Federal nas investigações. "Eu confio na competência, na dedicação e na qualidade da Polícia Civil de Goiás. Neste momento, as nossas estruturas técnicas de investigação, todos os profissionais que estão trabalhando nesse sentido, não apresentaram essa necessidade", afirmou na época.
A Polícia Federal só entrou no caso após repercussão nacional e das intervenções do então ministro da Justiça, Tarso Genro, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Fonte: GoiasNet
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